PRÓLOGO: SINGULAR ELA

As saias eram apenas um passatempo e as bocas nada simbolizavam,
Para ele, a multidão feminina ao seu redor era normalizada;
Cabelos ao vento, segura, cheia de si, sorriso e dentes,
Eis que ela se apresentou para ele de maneira diferente;
Ele sentiu que a diferença dela partia do coração dele,
Mudou seu jeito de viver e ele já não era mais aquele;
Causa essa que censurável, era duvidada por todos,
Por ele, por elas, dúvida e motivo para descrença, pobres bobos;
Ela era conceito, base feita de segurança, racionalidade e exatidão;
Ele era lacuna do tempo, liberdade e do mundo corrimão.
Eles eram seus opostos, suas controvérsias e seus antônimos,
Que o destino houvera transformado em simples sinônimos;
Ele tinha em viés a solidão um limitado feminino plural de bela(s)
Ainda assim ele se continha na imensidão do singular ela.

RACHEL LÓPEZ !