Ela despertou dos sonhos e se calçou com a vida,
Vestiu-se de verdade e com entrega foi buscar o mundo.
Até o primeiro tropeço, primeiro tombo, primeiro choro.
Percebeu-se então mais frágil do que a própria dança;
Percebeu em si bailarina ,
Menina de conto, menina de fadas;
É o contratempo do recomeço,
Soprando novos ares , dançando novos passos,
Na maravilha que sapateia a sobra de tanto espaço.
Aprendeu a se levantar vez e sempre,
Embora não conhecesse o ritmo da vida,
Embora não soubesse o som que ecoa d'um silencio.
Não era nem de dó, nem de ré,
Nem de direção ,rumo ou sentido,
Se quer ritmo e melodia,
Mas ela sabia ficar na ponta do pé,
E um compromisso assumido:
Seguir atrás do bloco da alegria.
Pegou a vida e com ela dançou,
'Sapatilhou' por entre nuvens e arco iris;
Meia calça,meio dia,meia hora..
Coração saltou inteiro,
Tempo de ser feliz agora;
É a vida seguindo seu fluxo,
A felicidade pedindo passagem..
Pediu então um pé de valsa,
ganhou um pé de moleque.
Esbarrou no verso das frentes
e nos das prosa.
Tocou no corpo,
mergulhou na alma.
Tropeçou nos sonhos,
Rodopiou no vento,
gargalhou na chuva
e compassou com a verdade!
Ensaiou a fé, de seguir e sentir
Adiante,com apreço e vontade!
Acreditou na gente,no credo e na cor.
Baila,Bailarina,
Baila menina.
Se alguém duvidar ..
O palco aí está ó,
as cortinas se abrirão
e a música não vai parar.
Se vida vai aplaudir ou te vaiar,
Não se sabe..
Mas na bailarina acredite,
a dançar ela vai levando a vida,
para onde a vida quiser ir.